Eu não lembro bem em que fase da terapia isso se fez claro na minha vida, mas eu sei que, não mais que de repente, notei que não sabia receber elogios.
Sei lá, minha gente, é tanta auto-estima baixa por aí, né? A pessoa simplesmente não se permite e priu.
E, na minha cabeça, tem cinco tipos-de-gente-que-não-sabe-receber-elogios.
1. Óbvios, piegas, pedantes e derivados.
Ex:
- Você fica tão bem de salmão, combina com seus olhos.
- Uuuww. Nunca mais vou usar outra cor.
2. Pobres coitados.
Denegrir é a palavra. É tão absurdo receber um elogio, por mais sincero e básico que ele seja, que a pessoa desmerecedora, automaticamente trata de desfazer tudo aquilo, e mais, faz com que a pessoa que acabou de fazer o elogio saia dali sentindo pena da criatura.
Ex:
- Que camisa bonita!
- Aaah, é tão velha, comprei num camelô lá em Nazaré da Mata por R$ 1,99. Tá até se rasgando aqui do lado, ó.
3. Humor em demasia.
São um pouquinho mais espertos porque uilizam o humor como canalizador de complexos e frustrações. Mas não deixam de se denegrir. O lado bom é que você dá umas risadinhas de leve.
Ex:
- Que maquiagem legal!
- Gostasse? Pois minha mãe disse que eu tô parecendo o palhaço Bozo.
4. Lindos e absolutos.
Complexados que fingem ter o ego inflado.
Ex básico:
- Adorei tua sandália.
- Doze mil novecentos e trinta sete dólares, beiber. Uma pechincha.
Ex ápice (plus de humor em demasia):
- Tas tão bonito hoje.
- Isso é porque tu tas me vendo com roupa, imagine sem.
5. Pseudo-agressivos.
Esses são os verdadeiros coitados. O complexo é tanto que elogio e crítica pra eles é a mesma coisa e a reação, não pode ser diferente. Ao invés de fazer um elogio, dê um abraço.
Ex:
- Cortasse o cabeloooo. Ficou ótimo!
- Puft. Mentira, né? Tas louco? Pois só tu achasse isso porque TODO MUNDO falou que não ficou bom, e eu também achei UÓ, tô com ódio do cabeleireiro e PUTO, né? Essa merda, nessa caceta...
Agora me diz mermo se não é muito mais simples receber, acreditar, agradecer e quiçá fazer outro em troca?
Sem forçar a barra, lógico.
Experimentem com parcimônia que eu agarantcho.