essa noite sonhei com você de novo. dessa vez foi mais light (ou não).
o lugar apesar de desagradável, me era familiar e te ver sem ser visto, de certa forma, me agradava. só você tinha voz em meio a tantas outras bocas mudas, só você não tinha olhos para mim.
eu não sei porque estava ali, mas quis o tempo todo acreditar que não era por sua causa.
já de saída, a amiga de sempre, hoje, no papel de figurante, me chama pelo nome. alto.
sua reação foi imediata. vi você me ver, mas não quis encarar. não queria que depois de tanto tempo fossemos obrigados a nos cumprimentar ali, no meio daquela gente sem nome. te queria só, pra mim.
saí o mais depressa que pude: lentamente.
no caminho tão curto e interminável as pessoas me apontavam, me recriminavam. o feitiço contra o feiticeiro.
quis sumir, correr, fugir, desaparecer. tentava fazer das paredes, dos postes, das placas um apoio, um impulso.
inutilmente.
era como se eu estivesse debaixo d´água.
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