1.1.08

céu cor de luz

por mais que quisesse, aquele não era mais um dia.
a começar pelas despedidas, abraços e palavras que, normalmente, seriam ditas bem depois.
dizem que em boa compainha o tempo passa num instante. e foi assim.
passaram o dia juntos. sentaram à mesa, tomaram banho e dormiram juntos.
a música e ele. só.
não bastou. até então nunca tinha notado o quanto aquela reunião era importante. sentiu falta de primeira, na primeira. aliás, vem sentindo de uns tempos pra cá. vem tentando correr atrás do tempo perdido. em vão.
trocou aqueles de vinte anos por alguns de poucos minutos. única experiência.
o que viu, foi mais que o idealizado. sentiu-se parte daquilo. parte porque um pedaço lhe faltava.
viu um olhar nos olhos tão puro, tão raro. uns abraços e aquele abraço.
esperou, de um lado da ligação, enquanto tentavam do outro. conseguiram.
depois vieram as surpresas. sua acompanhante em melhor forma, bem selecionada e vibrante.
causou-lhe bolhas nos pés. a prova cabal, mas ainda não suficiente. traiu. caiu em tentação ao encontrá-los. irresistíveis, os olhares. de soslaio, ainda mais!
não pensou duas vezes em trocá-la pelo não tão abstrato. e como uma forma de protesto, ela tentava cada vez mais se superar, gritar, balançá-lo por fora e por dentro.
voltou pra ela, com a amante ao lado.
revoltada, deixou de existir.
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na volta, na esperança de preencher a casa vazia a procurou.
sentaram-se à mesa, tomaram banho e dormiram juntos.
como todos os dias. de dia.

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