12.12.07

quarta cor de chuva

há coisas na vida que devem ser colocadas em primeiro plano. questões burocráticas e financeiras, por exemplo. deveriam ser.
ah, bem. eu disse "deveriam". hoje deus foi testemunha que eu tentei, mas minha mãe é boca de praga. vive dizendo que eu esqueço ou vou esquecer de levar os documentos necessários. aconteceu.
aí a gente parte feliz pro plano A, afinal, a ordem dos fatores mimimi mimimi.
e vai faltando um pedaço mesmo, porque cinema às 16h30 numa quarta-feira não é pra qualquer um.
minha compainha, a melhor. à minha espera, já com os ingressos comprados. recompenso emprestando meu casaco durante o filme. minha poltrona estremece. sim, foram duas horas divagando sobre a vida e seus acasos e convulsionando de frio.
ah, mais ainda teve aquela COISA, né? que a gente achou que nunca mais veria na viva vidinha, porque aquilo não é Coisa banal pra ser vista todo dia. é tudo que a gente quer ser e quer pra si. ai ai. suspiros à parte

- vamos para casa?
- quer comer alguma coisa?
- quero, mas não posso.
- lá em casa tem três fatias de pizza de ontem.
- já é certo.

marguerita, gorgonzola, quase-portuguesa e amy winehouse.
para sobremesa, chocolateria. torta de chocolate pra ela, chocolate gelado pra mim. tá, eu sei que quente é mais chic, mas aqui em recife não tem clima, oi?
pausa para entender a mecânica das luzes multicoloridas que decoram a praça para o natal. na volta, aquele lugar chama a atenção novamente. vermelho ele. todo.

- sim, finalmente... tu sabe o que é aquilo?
- não, vamos ver?
- vamos.

gente, que coisa tão linda, tão fofa, tão, tão intimista mesmo (porque é a minha cara). é muito bom gosto pra pouco metro quadrado. a gente começou dando uma olhadinha no cardápio. bom. subimos para os vinhos. o dono estava lá e foi o nosso anfitrião. descemos e só ficou faltando ele nos mostrar os banheiros. chega o outro sócio e ele diz: "eles são acessores de imprensa".
OI?
na mesma hora a gente se olha com aquele olhar de "oi???" e faz carão, óbvio. afinal, eramos acessores de imprensa. depois disso você já pode nos imaginar sentados numa mesa, sendo servidos com espumante (de cortesia, lógico).
pior que eu, com uma moda super street summer, dando dois golinhos morrendo de medo afinal, em minhas condições, bebida alcoólica, minha gente, é caixão na ho-ra.
a volta é aquele momento que a gente comenta tudo que não deu pra comentar antes. é a hora que a gente ri de tudo, faz um balanço geral e percebe que tem mais uma história pra contar.
voltamos caminhando e tomando banho de chuva.

ah, e o filme? medíocre.
mas ontem, esses quatro aí em baixo conseguiram um feito que há muito não acontecia.
fizeram o dinheiro do ingresso valer muito a pena.

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