11.12.07

love is a losing game

um encontro ao acaso. um hall de aeroporto, um lugar em trânsito.
mais velhos, mais sérios, mais experientes, mas diferentes. falam-se com indiferença, deixando claro o espaço entre ambos. mais de uma década e uma distância suficiente para cochicharem, se quisessem. os olhos não olham nos olhos. correm, tentando ser discretos, pelas bocas secas, cabelos arrumadamente despenteados, unhas bem cortadas e as roupas. sóbrias e discretas. uma das malas não. era grande e vermelha. toda.
em poucos segundos, logo vem a fome de jogar, de despejar tudo em cima do outro como se pudessem recuperar todo o tempo perdido desde aquele último abraço. falam superficialmente, o bastante para que tudo fique profundamente visível. apesar de todos os casos e acasos, ele estava certo. aquela história de primeiro amor nunca existiu, pois só existe um amor. o único. foi ali que eles re-confirmaram tudo. foi ali que a conversa acabou. não havia mais nada para se saber. aquela era a última chamada e o embarque, imediato. despediram-se da mesma forma que se cumprimentaram. fingidos. ambos. ambos sabiam. foi-se embora deixando e levando ímpetos partidos. nunca mais mas, para sempre.

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