8.8.08

eu nem queria mermo

É aquela velha história: às vezes você deseja tanto uma coisa que quando finalmente consegue, ah, quero mais não. E isso é danado pra acontecer comigo. Das últimas, esse negócio de morar só, suas descobertas e aprendizados.

O sentimento que as descobertas lhe causam são similares aquele que você sentiu quando realizou que papai noel não existe e que quem colocava dinheiro e tirava seu dente debaixo do travesseiro eram seus pais e não, a fada do dente.
É duro descobrir que as coisas ao seu redor não tem vida e não se mexem sem a ajuda do vento. É chocante ver a toalha molhada que você deixou em cima da cama continuar lá mesmo você tendo saído de manhã e voltado à noite (tempo suficiente para as toalhas voltarem para o seu lugar de origem e digo mais, estarem secas). As cuecas também tornam-se um problema quando você percebe que elas não se renovam dentro da gaveta, pelo contrário, ela desaparecem para sempre, uma a uma! Caos total.
Ontem vi uma reportagem que divulgou uma pesquisa da ONU afirmando que 64% da comida produzida no país vai para o lixo. Deve ser muita gente morando só, viu? Porque eu descobri também que toda aquela comida que está na sua casa só pode ser consumida por você. E que se ela estiver com a cara feia, se fudeu me, porque ou você come assim mesmo ou então ela estraga. Porque as comidas, tem uma hora que estragam! E ficam fedendo e ninguém jamais vai tomar uma providência (a não ser que começe a incomodar os outros apartamentos, claro). Ou seja, lixo. Falando nisso, todos os baldes de lixo são minúsculos. Se enchem numa rapidez monstruosa e não se esvaziam sozinhos nem a pau.
E se você achava um absurdo a ignorância dos seus pais diante da tecnologia três gê, uai fai, aí pode. Se prepare até ter que encarar de frente uma máquina de lavar. A danada da pós-modernidade já te permite descombinar tudo, mas ainda não deu conta de inventar uma máquina pra lidar com essa variedade simultânea. A televisão, então, é multifuncional. Serve como abajour e principalmente como compainha. Porque tem uma hora que você começa a procurar vozes. E se elas não podem vir de alguma pessoa física é melhor mesmo que venham da tv.
Finalmente, os pratos. Esses merecem um post inteiro, mas eu é que não vou lhes dar esse gostinho. Eu só quero dizer uma coisa: pratos são que nem filhos. Só servem pra dar trabalho o tempo todo.
Só pra ter uma vaga noção, a pia resolveu entopir de uma hora pra outra. Eu já conversei, já dei banho de águas mornas, já deixei ela refletir bastante e nada adianta. Agora a gente tá só na troca de olhares (mortais).
E eu tô começando a achar que é o fim (dos tempos).

Moral da história: morar só, sem empregada é o apocalipse. adeus.

Um comentário:

Rafaela disse...

Obrigada por me fazer desistir, viu?! hahaha