15.5.12

Expecto Patronum

Dessa última vez começamos trocando os papéis. O questionador fui eu, despretenciosamente, mas verdadeiramente curioso.
Perguntei da viagem, sorrimos, confrontamos gostos e nos reconhecemos. Eu estava animado, mas a gente não arriscou dizer essa palavra. Eu estava "com energia" para falar de coisa ruim.
Do quanto é ruim você constatar um desvio de caráter, uma ídole duvidosa de quem, até então, tinha sua estima e confiança. Do quanto é ruim você perceber que inveja e ambição caminham de mãos dadas. Aliás, caminham não, correm. E atropelam o que ou quem estiver pela frente.
A gente falou sobre ter sua energia sugada grande parte do dia.
Podíamos ter falando em obssessão de encarnado pra encarnado, mas preferimos falar sobre dementadores da vida real.
E depois que eu expliquei o que eram dementadores, veio mais uma vez a pergunta pertinente que sempre serve pra fechar um diálogo, um texto e abrir um buraco negro aqui dentro.

- Como fazemos para nos livrar dos dementadores?
- A gente tem que pensar em uma coisa muito boa, uma memória, um alguém, um sentimento que reuna toda a energia positiva que nos resta. Isso é expelido através da varinha mágica na forma de um animal, que vai de encontro aos dementadores e os afastam.
- Engraçado. Não se difere muito da vida real, né?
- É mesmo. Não se difere.
- Então, Rafael, você vai pensar em qual animal sairia sua varinha e me conta isso na próxima vez que nós nos virmos.

Eu teria uma resposta bem piegas pra dar na hora. É claro que meu animal seria um burro.
Mas pensando bem. Esse tempo serviu pra eu perceber que não.
Na verdade, agora eu sei, seria um pássaro.
Mas não seria qualquer pássaro.
Seria esse aqui.

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