5.3.13

Todo ano é a mesma coisa

Escrevi esse texto no meio desse ano e tinha perdido na voragem do tempo. Lidem com ele agora.

Prólogo
Aí eu tava hoje numa conversa de bar quando soltaram a informação de que Alceu Valença não canta no Galo da Madrugada.
Mas tudo tem um porquê: o primeiro é que ele cobra um cachê fora da realidade, o segundo é que ele cobra um cachê fora da realidade para não haver a possibilidade de alguém convidá-lo, pois segundo informações colhidas, ele se nega a cantar num bloco onde há outro ritmo tocando que não o frevo.
Fiquei meio em choque com essa info e, independente de ser verdade ou não, eu fiquei pensando: caralho, pior que tem gente que é capaz de fazer isso mesmo.

Capítulo Um [e único]
Antes de mais nada, eu queria que vocês entendessem uma coisa: eu não gosto de carnaval e hoje tô afim de fazer a Teta Barbosa. 
Apesar de crescer vivenciando isso, chegou uma época na minha vida que eu resolvi não mais me forçar a determinadas coisas porque bora, todo mundo vai. Eu não gosto de carnaval e sou feliz assim, com a graça de Deus.
Pra deixar bem mastigadinho: eu também não gosto do samba das escolas de samba, não gosto de axé e não gosto de frevo.
E frevo eu deixei por último porque é do coitado mesmo que eu quero falar.
Não sei se todo mundo sabe, mas se não sabe, deveria saber que Pernambucanos tem um complexo de inferioridade enorme, só que pra canalizar isso, há um bairrismo exacerbado, que beira o irracional, vide a maior avenida em linha reta do mundo, o maior bloco de carnaval do mundo, o maior ovo do mundo pra aguentar essa baboseira toda, etc.
E antes que alguém pegue ar, faço questão de ressaltar, mais uma vez, aqui neste singelo diário, o quanto dou valor a cultura local. Acho foda mesmo maracatu, caboclinho, papangus, cirandas e até o frevo. Porque achar foda é uma coisa, gostar, é outra.
Só que o problema do frevo, hoje em dia, é que não existe hoje em dia pro frevo. O frevo tornou-se patrimônio cultural/imaterial/seiláoque da humanidade, porque além de ser altamente representativo e rico culturalmente, o frevo é algo histórico, é como um forte enorme construído no litoral da cidade pelos holandeses. O frevo é como Simone cantando todo ano então, é natal.
É um marco, um hino, um grito, é um só.
Em paralelo a isso, há o Axé, por exemplo, que todo ano, trata de produzir inúmeros hits pra deixar todo mundo dançando, dançando, dançando, dan dan dan dan dan dançando e se você quiser pode dançar largadinho, largadinho, largadinho. Há ainda as dezenas de escolas de samba que se esforçam para criar enredos dignos [para os jurados] de nota 10.
O fato é que, sendo de qualidade ou não, agradando gostos musicais ou não, o frevo parou no tempo e, pensando cá com meus botões, este é um dos motivos para o carnaval do Recife ser multicultural. Não haveria repertório, nem cu que aguentaria o frevo full time durante esse período. 
Não se questiona aqui a democratização do carnaval, a céu aberto, sem cordão de isolamento. Isso é inquestionaval e Recife está de parabéns.
Este é só mais um desabafo e apelo de um recifense que reconhece quando é hora de mudar, inovar ou renovar.

4.11.12

Mamihlapinatapai

é uma palavra da Terra do Fogo e descreve um olhar trocado entre duas pessoas no qual cada uma espera que a outra tome a iniciativa de algo que os dois desejam, mas nenhuma quer começar.

27.10.12

Ainda sobre o rouxinol

A situação em si já era bizarra. Eu criava um polvo e morava numa casa que ficava perto da praia. Era uma casa, tipo, de pescador mesmo e havia um polvo meio vinho, meio roxo no aquário. Eis que, um belo dia, o polvo conseguiu sair do aquário, que ficava suspenso, e foi descendo pelas paredes como quem não quer nada. Eu fiquei ali olhando pro polvo, observando, vendo do que ele seria capaz de fazer. E não deu outra. Ele foi, aos poucos, se arrastando pra fora da casa. Eu podia muito bem ir lá, pegá-lo e colocá-lo novamente no aquário, mas eu não fiz isso. Fiquei olhando ele ter autonomia, e caminhar sozinho. 
Pois bem, o polvo saiu da casa e quando ele passou da porta, ele inflou e virou uma bóia gigante. Mas não era uma bóia em formato de polvo, era aquelas bóias em formato de poltrona. Uma bóia poltrona roxa, que saiu voando com a ventania em direção ao mar. Do lado da minha casa era descampado e ela voou bem rápido. Foi aí que eu corri, não pra impedir, mas pra ver ela cair na água, ir pro seu habitat natural. Quando tocou na água, a boia desapareceu. Acho que ela virou polvo de novo. Aí, eu fiquei ali, olhando pro mar, no meio daquela ventania e sentindo aquela angústia de estar sozinho no fim da tarde, naquele momento em que o sol já se pôs, mas ainda não virou noite.

14.10.12

"Tem muita antena e ninguém antenado."

Maria Bethânia

29.8.12

tamblér.

Resolvi fazer um porque esse layout é uó pra postar imagens, vídeos e derivados.
As besteiras que vejo estarão lá, mas merdas que escrevo continuarão aqui.

http://pegueiogalo.tumblr.com/

16.8.12

Ainda sobre beleza

Bruna é daquelas pessoas que sorriem com os olhos, que tem um senso estético incrível, se veste bem e é linda. Ou seja, Bruna é extremante irritante e cativante.
Tava cavucando a caixa de entrada quando vi um email com algumas fotos dela que fazem parte do concurso One Life Photo Competition do projeto Artist Wanted.
E, poxa, são belérrimas :)






10.8.12

minha mãe me ensinou isso ontem

e achei muito pertinente compartilhar na rede mundial de computadores.

"A Cruz sagrada seja minha luz
Não seja o dragão o meu guia
Retira-te Satanás
E nunca me aconselhes coisas vãs
É o mal que tu mesmo me ofereces
Bebe tu mesmo do teu veneno"

9.8.12

Electric Guest - This Head I Hold

Tô muito viciado nessa música, nessa vibe soul.
Descobri esses meninos há pouco tempo e tô in love total.


15.5.12

Expecto Patronum

Dessa última vez começamos trocando os papéis. O questionador fui eu, despretenciosamente, mas verdadeiramente curioso.
Perguntei da viagem, sorrimos, confrontamos gostos e nos reconhecemos. Eu estava animado, mas a gente não arriscou dizer essa palavra. Eu estava "com energia" para falar de coisa ruim.
Do quanto é ruim você constatar um desvio de caráter, uma ídole duvidosa de quem, até então, tinha sua estima e confiança. Do quanto é ruim você perceber que inveja e ambição caminham de mãos dadas. Aliás, caminham não, correm. E atropelam o que ou quem estiver pela frente.
A gente falou sobre ter sua energia sugada grande parte do dia.
Podíamos ter falando em obssessão de encarnado pra encarnado, mas preferimos falar sobre dementadores da vida real.
E depois que eu expliquei o que eram dementadores, veio mais uma vez a pergunta pertinente que sempre serve pra fechar um diálogo, um texto e abrir um buraco negro aqui dentro.

- Como fazemos para nos livrar dos dementadores?
- A gente tem que pensar em uma coisa muito boa, uma memória, um alguém, um sentimento que reuna toda a energia positiva que nos resta. Isso é expelido através da varinha mágica na forma de um animal, que vai de encontro aos dementadores e os afastam.
- Engraçado. Não se difere muito da vida real, né?
- É mesmo. Não se difere.
- Então, Rafael, você vai pensar em qual animal sairia sua varinha e me conta isso na próxima vez que nós nos virmos.

Eu teria uma resposta bem piegas pra dar na hora. É claro que meu animal seria um burro.
Mas pensando bem. Esse tempo serviu pra eu perceber que não.
Na verdade, agora eu sei, seria um pássaro.
Mas não seria qualquer pássaro.
Seria esse aqui.

9.5.12

Somebody That I Used To Know

You can get addicted to a certain kind of sadness
Like resignation to the end, always the end
So, when we found that we could not make sense
Well, you said that we would still be friends
But I'll admit that I was glad that it was over